Por Fabio Estrella para Construção News https://engenhariarj.com.br/engenharia_news/

A matéria da coluna de economia do Uol, com a colaboração de Heloísa Scognamiglio (https://url.gratis/K3PyMX) expõe o delicado cenário da construção civil ao longo dos últimos meses, não bastasse a recessão causada pela pandemia de Covid-19, o setor enfrenta inflação de quase 100% em alguns itens fundamentais como ferro e aço (alta de 91,66% em 12 meses até junho de 2021).

Segundo levantamento da FGV (Fundação Getúlio Vargas) no mês atual, 35,3% das empresas do setor mencionam demanda insuficiente e 16,9%, dificuldades financeiras e maior parte dos entrevistados (36,4%) apontam o encarecimento da matéria-prima como principal limitador da melhoria dos negócios no setor.

“É uma questão que preocupa, porque dificulta até a formação de orçamentos. Porque as empresas formam um orçamento hoje, mas quando vão lançar o imóvel, quando vão vender, com os preços subindo muito, como você faz essa projeção? É uma questão que complica significativamente”, diz Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da FGV).

Há pouco (ou quase nada) que o empresário do setor possa fazer com relação à inflação dos suprimentos de construção, especialistas indicam estocagem de materiais e uma programação financeira aberta entre empresa e clientes, em que seja possível negociar passo-a-passo da obra com os respectivos aumentos de material, mas as tecnologias mantêm uma luz acesa p/ quem pretende atravessar esse período nebuloso, como contam os empresários entrevistados para essa matéria.

“Quanto a baixa demanda, viemos investindo ao longo dos últimos anos nas mídias sociais e em relacionamento com nossos clientes, bem diferente da média do setor, que tem uma comunicação mais formal. Dessa forma nos destacamos no mercado e conseguimos resultados na contramão do momento difícil que atravessamos, com um crescimento na casa de 14% nas demandas de reformas e projetos”, diz Utter Leal Borsatto, diretor geral do Grupo RJ engenharia e arquitetura do Rio de Janeiro.

Utter Borsatto – Gestor e diretor do Grupo RJ

A busca por se posicionar bem na internet e nas mídias sociais permitiu a empresa de pequeno/médio porte dirigida por Utter L. ter a melhor qualificação de usuários do google na cidade do Rio para o setor de construções e reformas, lugar que lhes permite alçar resultados de prestígio e captar clientes com um custo de investimento menor.

“Alcançar esses resultados exige investimento de tempo e profissionais especializados, mas vale cada centavo”, diz Utter, que com formação na área de TI, iniciou sua atuação de forma tímida atualizando as plataformas digitais da empresa, e gradualmente foi constatando a carência de investimento em marketing digital nas empresas de construção.

Diretora operacional da Engenharia RJ.

Contudo, empresários do setor afirmam que trabalhando com margens achatadas pela alta dos preços de material e da mão de obra, somado ao mercado recessivo, tem tornado a tarefa de gerir um negócio no setor de construção uma tarefa árdua, como relata Thais Ribeiro, Engenheira a frente da Engenharia RJ: “Sempre começamos o ano otimistas, fizemos projeções e tínhamos expectativa que com a ampliação da vacinação, a partir de maio já teríamos a retomada total das atividades, o que não aconteceu, a partir daí foi só enxugar gelo e apertar para conseguir continuar honrando com nossas obrigações”.

A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) revisou no início do ano as expectativas de crescimento do setor em 2021, de 4,0% para 2,5%.

O custo nacional da construção por metro quadrado chegou a R$ 1.421,87 em junho de 2021, sendo R$ 829,19 relativos aos materiais e R$ 592,68 referentes à mão de obra, segundo os dados do INCC/Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil), apurado pelo IBGE.

Hoje, já quase metade do ano transcorrido, constatamos o agravamento do cenário descrito a quase 12 meses, com o custo médio da construção civil alcançando números nunca antes experimentados, já próximo dos R$ 2.500,00 na região do Rio de Janeiro.

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